A Madrasta 3 - Capítulo único


E: Seus olhos, seu corpo, sua  pele, pedem por mim.

 

Essas palavras ecoavam persistentemente na mente de Maria, ela estava a caminho da cabana.

M: Sim Estevão, necessito de você desesperadamente, mais preciso conter meus extintos, meus desejos, não posso deixar me envolver de novo.

Eram 9 da noite quando Maria chegou a cabana, após dar as instruções para os empregados encarregados de cuidar da mesma, ela se dirigi ao quarto e arruma suas coisas. Maria toma um banho e depois veste um pijama de seda roxo, pega o diário de Patrícia e a carta de Evandro e começa a ler.

 

Minutos mais tarde

Maria acaba adormecendo, mais um barulho específico a desperta. Eram 23:20 da noite, Maria um pouco sonolenta abre os olhos e vê uma claridade, era um carro se aproximando, nesse instante ela levanta rapidamente, veste o robe e sai do quarto, na sala perto da lareira pega uma pequena barra de ferro, usada para mexer o fogo, e se esconde esperando que a tal pessoa que acaba de chegar entre.

M: Meu Deus me ajude! (dizia em pensamento)

A tal pessoa que acabava de chegar, entra na cabana e Maria o observa desnorteada, não acreditando no que estava vendo.

M: Não pode ser meu Deus, não pode ser! Estevão é o assassino de Patrícia.

Estevão põe sua pequena mala cautelosamente no chão, tira seu sobretudo preto e o coloca em cima da cadeira, nesse momento é surpreendido por Maria.

M: Você!

E: Maria.

M: O que faz aqui?

E: Não poderia deixá-la aqui sozinha, tive medo de que algo te acontecesse, por isso eu vim.

M: Só por isso Estevão ou será que veio para poder se livrar de mim de uma vez por todas, foi você Estevão, você matou a Patrícia.

E: Maria por favor, quando vai se convencer de que eu não matei a Patrícia, jamais faria algo que acabasse com a nossa família. Como já havia dito antes, Patrícia merecia morrer, mais não a matei.

M:  Não sei em que acreditar.

E: Está bem Maria, vamos deixar isso pra lá, eu só vim aqui para protegê-la, não para te fazer mal, eu te amo e só quero cuidar de você, jamais poderia te machucar.

M:  Te disse que não precisava se preocupar comigo, eu sei me cuidar sozinha.

E: Agora já estou aqui.

M: Pois bem, escolha um quarto para se acomodar, já está tarde, eu vou dormir, boa noite.

E: Boa noite Maria.

Maria se dirigi ao seu quarto, ainda na sala Estevão se serve de um pouco de uísque senta na cadeira e fica pensativo.

 

No quarto de Maria

M: Você não deveria ter vindo Estevão.

 

3 da madrugada, Maria se levanta e vai até a cozinha, bebe um pouco de água e quando volta para o quarto encontra Estevão que acaba de sair do quarto.

E: Pelo visto você também não consegue dormir.

M: Fui beber um pouco de água, está muito calor.

E: Tem razão...

O silêncio se estala e os olhares se cruzam intensamente.

M: Vou tentar dormir...

E: Espero que consiga.

 

No outro dia

Eram 7 da manhã, Maria já estava à mesa tomando café.

E: Bom dia!

M: Bom dia.

Estevão começa a se servir.

E: O dia está bonito hoje, o que acha de sairmos para caminhar.

M: Eu...

E: Por favor Maria, vamos.

M: Está bem.

 

Estevão e Maria saem para um breve passeio.

E: Maria, já tem alguma ideia de onde procurar pistas que te ajude?

M: Acredito que devo encontrar assim como achei o diário de Patricia.

E: Se quiser depois podemos procurar  juntos, nos separamos e cada um procura em uma parte da cabana, assim será mais rápido, e teremos mais chances de encontrar algo.

M: Talvez você tenha razão... e porque  agora esse seu interesse em me ajudar.

E: Porque sei que você só encontrará a paz e a felicidade quando descobrir a verdade e recuperar seus filhos. Eu mais do que ninguém quero que seja feita justiça Maria, justiça por nós que tivemos  nosso amor condenado a tanta dor e sofrimento e principalmente por nossos filhos que foram condenados a viver sem seu amor, carinho e afago. Quem sabe quando tudo isso passar possamos ser felizes juntos, enfim possamos viver nosso amor.

M: E porque tem tanta certeza de que quero o mesmo.

E: (risos) Sua entrega...jamais teria se entregado a mim daquela maneira tão intensa, tão apaixonada, desesperada.

M: Estevão por favor...

E: ( se aproximando) Cada vez que sua boca pede que eu a devore, e seus olhos pedem que ame, tenho absoluta certeza que mesmo depois de tudo que passamos, podemos sim ser feliz juntos é o que mais desejo e por mais que negue é o que você também quer. Eu te amo Maria, te amo intensamente. (a beija)

Maria se entrega aquele beijo apaixonado, suas mãos acariciam  a nuca de Estevão, e as mãos do mesmo trilham um caminho pelas costas de Maria até a altura da cintura, enquanto suas línguas entram em perfeita sicronização. Maria volta a si e se afasta.

M: Estevão não...melhor voltarmos pra cabana e começarmos  buscar pistas.

E: Como você quiser.

Maria e Estevão passam  todo o dia em busca de pistas, eram 20:40 da noite quando decidem parar já que não haviam encontrado nada significativo.

M: Nada...nada que me sirva de pista.

E: Calma Maria, o que acha de lermos novamente a carta?

M: Está bem, mais antes vou tomar um banho, podemos comer alguma coisa...

E: Claro, também vou tomar banho...nos vemos daqui a pouco.

Mais tarde

Maria estava na cozinha cortando uns tomates, quando Estevão chegou.

E: Quer ajuda?

M: Só se for pra cortar as cebolas.(risos)

E: Elas sempre sobram pra mim(risos) lembra quando você resolvia fazer o jantar...

M: Lembro que você mais atrapalhava do que ajudava.

E: O que vale é a intenção, pelo que vejo teremos uma bela macarronada.

M: Se cortar logo essas cebolas talvez.

Maria e Estevão preparam um rápido jantar, já a mesa Estevão abre um vinho e o serve.

E: Está maravilhoso! Como eu lembrava...

M: Obrigada!

Eles jantam tranquilamente.

Minutos mais tarde

Estevão e Maria estavam na sala lendo a carta tentando decifrar algo que estivesse oculto. Eram 23:50.

M: Chega Estevão, é inultil, lemos e relemos, não achamos nada relevante.

E: Tem razão vamos descansar, amanhã voltaremos a capital, e lá continuamos nossa busca.

M:Está bem, boa noite.

E: Boa noite.

 

 

Maria vai para o quarto, lá  fica pensativa, Estevão fica mais alguns minutos na sala.

M: Difícil saber que você está aqui tão perto, que estamos à sós, depois de tudo o que houve entre nós, não vou negar que queria estar em seu braços fortes, me sentindo protegida e amada.

Maria por um estante fecha os olhos e recorda o beijo de Estevão horas antes.

M: Estevão...só queria que me amasse novamente como naquela noite.(falando alto seus pensamentos)

E: É isso mesmo o que quer Maria?( na porta do quarto)

M: O que faz aqui?(espantada)

E: Só queria saber se estava bem antes de eu ir dormir.( se aproximando de Maria)

M: Estou.

E: Realmente quer que eu te ame Maria...( ja bem proximo de Maria,sentindo a sua respiração acelerada)

Maria olha intensamente para Estevão e desarma.

M: Sim Estevão, quero que me ame como naquela noite, quero que me ame o resto de nossas vidas.

Por fim Maria estava cedendo e admitindo tudo que sentia.

E: Isso quer dizer...

M: Minha vida não tem sentido sem você, depois da noite de amor que tivemos o sinto mais vivo em mim do que antes, não podemos ficar separados, agora que estamos juntos temos que aproveitar essa chance e vivermos o nosso amor.

E: Suas palavras me fazem muito feliz, eu te amo Maria.

M: Eu também te amo Estevão.

 

Maria e Estevão finalmente se entregam aquele grande amor, saciam aquele grande desejo de estarem juntos novamente, se amam intensamente.

Mais tarde

E: Maria, agora sim seremos felizes.

M: Sim Estevão...

E: Maria só quero deixar uma coisa bem clara, nunca tive nada com a Ana Rosa o que aconteceu naquele hotel....(Maria poe um dedo em sua boca calando-o)

M: Vamos esquecer tudo o que aconteceu, o que importa é o agora, a partir dessa noite começaremos uma nova vida, onde não haverá desconfiança, nem mentiras.

E: Você tem razão, eu te amo tanto, estou tão feliz por enfim estarmos juntos novamente.

M: Também, agora nada irá nos separar.

Se beijam apaixonadamente.

 

No outro dia

Maria e Estevão  descem para o café, o tomam entre carinhos e beijos, logo pegam a estrada para capital. Eram 11:00 hs, quando eles chegam a mansão San Roman, Estevão entrou na frente.

 

A: Estevão meu querido! Como está? Fiquei preocupada, você saiu, sem avisar, só depois ligou para dizer que ficaria o final de semana fora, o que houve?

E: Olá tia, está tudo bem, não houve nada.

M: Bom dia! (Entrando)

A: Maria...

E: Maria e eu estávamos na cabana de Patricia, buscando alguma pista que nos  ajudasse.

A: E encontraram alguma coisa?

E: Tia, Maria e eu temos que ir para a empresa, depois conversamos.

A: Está bem.

M: Estevão vou ao meu quarto me trocar, já desço.

E: Te espero no escritório.

Alguns minutos depois, Maria vai até o escritório.

M: Já podemos ir.

E: ( se levanta e vai até Maria, envolvendo-a em seus braços) Você está linda, eu te amo Maria.

 

Na sala

Es: Oi tia!

C: Oi Estrelinha, seu papi já está ai.

Es: Onde?

C: No escritório.

Es:vou vê-lo!

Estrela sai tão eufórica que nem escuta  Carmem.

C: Maria está lá com ele! Ai essa menina não muda mesmo.

 

No escritório

 

Estrela chega a porta que está encostada e escuta tudo que está sendo dito por seu pai e Maria.

E: Sou o homem mais feliz do mundo, completo por ter você ao meu lado, obrigado por essa felicidade Maria.

M: Também me sinto a mulher mais feliz do mundo, te amo Estevão, te amo mais que a minha própria vida.

Maria e Estevão se beijam apaixonadamente.

Es: Papai...

E: Filha...

M: Oi Estrela.

Es: Oi. Papai posso falar com você?

M: Estevão te espero lá no carro.

E: Está bem, já te encontro.

M: Com licença. (sai)

E: O que quer?

Es: Papai o senhor é feliz?

E: Porque essa pergunta agora?

Es:apenas me responda papai.

E: Sim, sou feliz.

Es: Diz isso se referindo a Maria?

E: Também, depois de vocês, Maria é tudo pra mim, a amo, ela e vocês são minha vida.

Es: Entendi, pelo visto se entenderam.

E: Sim, aceitamos que o amor que um dia nos uniu ainda estava vivo, mais forte que nunca.

Es: Papai sabe que não consigo  ver a Maria de outro jeito, pra mim ela é uma intrusa que quer ocupar o lugar da minha mãe, não sei se um dia a aceitarei, mais nunca te vi tão bem, em paz, nunca te vi sorrir assim a toa. E se ela é a sua felicidade, a respeitarei, por você papai, não atacarei mais a Maria, só quero que fique claro que não a aceito.

E: Estrela filha, você não sabe o quanto essas palavras me fazem feliz, obrigado por entender, te amo.

Es: Também te amo papai, e só quero te ver feliz.

E: Preciso ir.

Es: Tchau, nos vemos mais tarde.

Estevão vai ao o encontro de Maria no carro.

M: Está tudo bem?

E: Está senhora San Roman.

Maria sorri.

 

Na empresa

Sala de Estevão

E: Maria algum problema?

M: Estevão, o que Estrela queria com você?

E: ( se levanta e vai até ela)  Dizer que irá respeitá-la, que ainda não te aceita, mais que entende que nos amamos e que você é a minha felicidade e por isso irá respeitá-la como minha mulher, como a senhora San Roman.

M: (emocionada) Estrela é uma menina muito sensivel, de bom coração.

E: Sim, isso já é um bom começo Maria, você vai ver como aos poucos irá conquistá-la.

M: Assim espero.

E: Assim será Maria, agora que estamos unidos, poderemos enfrentar tudo e a todos, eu irei te apoiar em tudo, não cometerei novamente o mesmo erro de abandoná-la.

M: Eu sei Estevão, confio em você.

 

Maria e Estevão estavam juntos, unidos contra tudo, lutando para defender o amor que sobreviveu a tantas coisas e também por seus filhos. Maria continuava incansavelmente sua busca pela verdade, mais agora ela não estava sozinha, Estevão estava ao seu lado para apoiá-la, protegê-la e amá-la. Desse grande amor que sentiam um pelo outro Maria tirava todas as forças necessárias para enfrentar o que fosse.

 
*FIM*

Escrito por: Mayara Nunes




 

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